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Previsão de Temperatura e Precipitação para o Mês de Novembro de 2024

Por Raquel Lima

Este texto é uma análise dos mapas de previsão de temperatura e precipitação e de suas anomalias gerados pelo INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) para o mês de novembro de 2024. Os mapas foram gerados no mês de outubro de 2024, e o Instituto realiza estas previsões mensalmente.

 

É importante lembrar que o que chamamos de “anomalias” são a diferença entre o valor da variável e o valor médio histórico desta variável; assim, as anomalias aqui apresentados são os valores previstos subtraídos da normal climatológica. Anomalias positivas indicam temperaturas e precipitação previstas acima da média, enquanto anomalias negativas indicam temperaturas e precipitação previstas menores que a média.

 

Normais climatológicas, conforme definição da OMM (Organização meteorológica Mundial, órgão vinculado à ONU – Organização das Nações Unidas) são “valores médios calculados para um período relativamente longo e uniforme, compreendendo no mínimo três décadas consecutivas”.

 

Os mapas utilizados nesta análise foram gerados pelo INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e são acessíveis no site da instituição (https://portal.inmet.gov.br/).

 

Temperatura Média e Anomalia de Temperatura

 

No mapa de temperaturas médias previstas para o mês de novembro de 2024, observamos que estas devem variar entre 15° C e 32,5 °C, com a maior parte do território nacional com temperaturas entre 22,5 °C e 27,5 °C.

 

As menores temperaturas médias, entre 15 °C e 17,5 °C, devem ocorrer nas serras gaúcha (RS), catarinense (SC) e da Mantiqueira (MG), enquanto as mais altas devem ocorrer no interior do Piauí, leste do Maranhão e sudoeste de Pernambuco.

 

Na Região Norte, as temperaturas médias são previstas entre 22,5 °C e 30 °C, sendo as menores (entre 22,5 °C e 25 °C) previstas para o extremo sudeste de Rondônia e as maiores (entre 27,5 °C e 30 °C) para o centro-nordeste do Amazonas, quase totalidade do Pará, oeste e norte do Tocantins, e totalidade de Roraima e Amapá.

 

Na Região Nordeste, as temperaturas médias são previstas variar entre 20 °C e 32,5 °C. As menores médias (entre 20 °C e 22,5 °C) são previstas ocorrer no interior da Bahia e Ceará (a sudoeste da capital) e as médias mais altas (entre 30 °C e 32,5 °C) estão previstas para o leste do Maranhão, interior do Piauí e sudoeste de Pernambuco. A maior parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte tem previsão entre 27,5 °C e 30 °C, e a maior parte da Bahia, Sergipe, Alagoas e Paraíba tem previsão de temperatura média de 25 °C e 27,5 °C.

 

Na Região Centro-Oeste as temperaturas médias previstas são entre 20 °C e 30 °C, e a maior parte da região tem previsão de temperaturas médias entre 25 °C e 27,5 °C. As previsões de temperaturas médias mais baixas (entre 20 °C e 22,5 °C) são previstas para o oeste do Distrito Federal e adjacências, enquanto as temperaturas médias mais elevadas são previstas para o sudoeste do Mato Grosso e oeste do Mato Grosso do Sul.

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Mapas de distribuição de temperatura prevista e anomalia de temperatura prevista concebidos em outubro de 2024, para o mês de novembro de 2024.

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Na Região Sudeste, as temperaturas médias estão previstas variar entre 15 °C e 27,5 °C, com a maior parte desta região com previsão de temperaturas entre 22,5 °C e 25 °C.​​

Na Região Sudeste, as temperaturas médias estão previstas variar entre 15 °C e 27,5 °C, com a maior parte desta região com previsão de temperaturas entre 22,5 °C e 25 °C.

As temperaturas médias mais altas, entre 25 °C e 27,5 °C, estão previstas para o norte e nordeste de Minas Gerais, norte e extremo sul do Espírito Santo, extremo leste do Rio de Janeiro e oeste do estado de São Paulo; as mais baixas, entre 15 °C e 17,5 °C, estão previstas para a porção mineira da Serra da Mantiqueira. No interior e sudeste de Minas Gerais, centro do estado do Rio de Janeiro, litoral de São Paulo, Vale do Paraíba e sul do estado de São Paulo há previsão de temperaturas médias entre 20 °C e 22,5 °C.​

Na Região Sul, há previsão de temperaturas médias entre 15 °C e 27,5 °C. As temperaturas médias mais altas, entre 25 °C e 27,5 °C, estão previstas para o norte do Paraná, enquanto as mais baixas, entre 15 °C e 17,5 °C, estão previstas para as serras gaúcha e catarinense. Para os três estados desta região as temperaturas mais baixas estão previstas para as porções centro-leste, e aumentam ao deslocar-se para oeste.​​​

No mapa de previsão de anomalias de temperatura para novembro de 2024, observamos a quase totalidade do país com anomalias positivas. As anomalias variam entre -1 °C e superior a 2 °C.

Na Região Norte, a maior parte da r3egião tem anomalias de até 1 °C. A porção sudeste do Amazonas tem anomalias de temperaturas de até -0,4 °C, enquanto no leste do Pará e nordeste da Ilha do Marajó encontramos áreas com previsão de normalidade (anomalias entre -0,2 °C e 0,2 °C). As maiores anomalias de temperaturas, entre 1,5 °C e 2 °C, estão previstas para o sudeste do Pará.

​Na maior parte da Região Nordeste observamos anomalias positiva entre 0,6 °C e 1 °C. Observamos também áreas fragmentadas de “normalidade”, especialmente no norte e no leste da região. As menores anomalias negativas, entre -0,6 °C e -0,4 °C, estão previstas para o interior e litoral da Bahia e na divisa leste dos estados de Alagoas e Pernambuco, enquanto as maiores anomalias positivas, acima de 2 °C, estão previstas para o sul do Piauí.

Na Região Centro-Oeste, tempos previsão de anomalias positivas de até 2 °C. A maior parte do território tem previsão de anomalias entre 0,4 °C e 0,6 °C; as maiores anomalias, entre 1,5 °C e 2 °C, estão previstas para o norte do estado do Mato Grosso e as menores anomalias previstas (entre -0,2 °C e 0,2 °C, que indicam normalidade) são previstas para o sudeste de Goiás e a divisa entre os estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul.

Na Região Sudeste as anomalias de temperatura variam entre -1 °C e 1 °C, com a maior parte do território com anomalias entre 0,2 °C e 0,4 °C e grandes áreas de normalidade (anomalias entre -0,2 °C e 0,2 °C). No mapa é possível identificar áreas de anomalias negativas de até -1 °C na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (Região de São Gonçalo e Baixada Fluminense) e na porção central do Espírito Santo (região próxima ao Parque da Pedra Azul). Identificamos áreas de anomalias positivas entre 0,6 °C e 1 °C no norte e leste de Minas Gerais, Noroeste do Espírito Santo, e sudoeste e nordeste de São Paulo (região de Bragança Paulista).

Na Região Sul as anomalias variam entre -0,4 °C e 1,5 °C, com predomínio de anomalias entre 0,4 °C e 0,6 °C. As menores anomalias, entre -0,4 °C e -0,2 °C, são previstas para a porção norte do estado de Santa Catarina e oeste do Paraná, enquanto as maiores anomalias, entre 1 °C e 1,5 °C, estão previstas para o norte do Paraná.

Precipitação Total e Anomalias de Precipitação

Conforme o mapa de distribuição de precipitação total prevista para o mês de novembro de 2024, há previsão de até 300 mm (em média, 10 mm por dia) para o Brasil. Em contraposição às pequenas regiões com previsão entre 260 mm e 300 mm (média de aproximadamente 9 mm e 10 mm por dia), no sudeste do Pará, extremo nordeste do Mato Grosso e oeste de Goiás, observamos áreas no interior do Ceará, extremo norte de Roraima e nordeste da Ilha de Marajó-PA com previsão de ausência de chuva durante todo o mês.

É possível identificar no mapa uma área significativa com acúmulo acima de 160 mm (aproximadamente 5 mm por dia, em média) que cobre, dos estados do Amazonas e Acre até o Rio de Janeiro e Espírito Santo, delineando uma “faixa” úmida e instável; ao sul desta faixa, identificamos o “cone-sul” (estados da Região Sul, além de São Paulo e Mato Grosso do Sul) com precipitação total prevista entre 80 mm e 200 mm (médias diárias entre aproximadamente 3 mm e 7 mm), e ao norte da faixa, grande área de precipitação acumulada prevista menor que 60 mm (precipitação diária média menor que 2 mm).

Para a Região Norte é previsto acúmulo de precipitação de mais que 200 mm na maior parte do Amazonas, Acre, Rondônia, no sul do Pará e oeste e extremo sudeste do Tocantins; há uma aparente faixa de transição entre a área de mais chuva e o norte da Região, com chuvas acumuladas entre 80 mm e 160 mm (média diária entre aproximadamente 3 mm e 5 mm), e a maior parte dos estados de Roraima e Amapá com precipitação total menor que 40 mm (em média, pouco mais de 1 mm por dia).

A maior parte da Região Nordeste tem previsão de precipitação acumulada em novembro de 2024 menor que 100 mm (média diária de aproximadamente 3 mm), com a maior parte do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas com previsão de precipitação total menor que 20 mm (menos que 1 mm de chuva por dia, em média).

A Região Centro-Oeste tem previsão de precipitação total para novembro de 2024 entre 80 mm e 300 mm (média diária entre aproximadamente 7 mm e 10 mm), e a maior parte da Região com previsão de precipitação acumulada superior a 160 mm (aproximadamente 5 mm, em média). As áreas de menor acúmulo previsto são o sudoeste do Mato Grosso e o oeste e leste do Mato Grosso do Sul, enquanto a área de maior acúmulo previsto (ente 260 mm e 300 mm – aproximadamente 9 mm e 10 mm por dia, em média) está no extremo nordeste do Mato Grosso e oeste de Goiás.

A Região Sudeste tem previsão de precipitação acumulada entre 100 mm e 260 mm (média de aproximadamente 3 mm e 9 mm por dia), com a maior parte da Região com previsão de mais de 160 mm de chuva (média diária de aproximadamente 5 mm). Os menores acumulados (entre 100 mm e 130 mm – média de aproximadamente 3 mm e 4 mm por dia) no centro e oeste do estado de São Paulo.

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Mapas de distribuição de precipitação total prevista e anomalia de precipitação prevista, concebidos em outubro de 2024, para o mês de novembro de 2024.

A Região Sul tem previsão de precipitação total entre 80 mm e 200 mm (aproximadamente 3 mm e 7 mm de média diária), com os mínimos, entre 80 mm e 100 mm (pouco menos que 3 mm e pouco mais que 3 mm em média, por dia) no extremo sul do Rio Grande do Sul e os máximos, entre 160 mm e 200 mm (aproximadamente 5 mm e 7 mm de média diária) no litoral e norte do Paraná, extremos leste e oeste de Santa Catarina e norte e oeste do Rio Grande do Sul, além da serra gaúcha.

No mapa de previsão de anomalias de precipitação para o mês de novembro de 2024 observamos anomalias previstas entre -75 mm e 150 mm. É possível observar um “quase” alinhamento das áreas de anomalias positivas nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste, formando uma faixa do Amazonas até o Rio de Janeiro.​

Na Região Norte observamos áreas com previsão de anomalias positivas (volume de chuva maior que a média) no centro-noroeste e sudeste do Amazonas, porção central do Acre, quase totalidade do estado de Rondônia, sul e norte do Pará e sudeste do Tocantins. As áreas de anomalias negativas (volume de chuva menor que a média) cobrem o centro do Tocantins, centro e noroeste do Pará, norte, centro, leste e sul do Amazonas, noroeste de Rondônia, extremos leste e oeste do Acre e a quase totalidade dos estados de Roraima e Amapá.

Na Região Nordeste , as anomalias previstas vão de -50 mm a 50 mm, tendo a maior parte da Região previsão de anomalia negativa entre -50 mm e -10 mm, afetando a maior parte dos estados da Bahia, Maranhão e Alagoas. As áreas de anomalias positivas (entre 10 mm e 50 mm) são razoavelmente pequenas e estão situadas no extremo norte do Maranhão, nordeste do Rio Grande do Norte centro e oeste da Bahia. Grande parte dos estados do Maranhão, Piauí, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, bem como a quase totalidade dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba apresentam previsão de “normalidade” (anomalias de precipitação entre -10 mm e 10 mm).

Na Região Centro-Oeste as anomalias variam entre -50 mm e 75 mm, com áreas razoavelmente grandes de previsão de precipitação dentro da normalidade. As anomalias positivas estão previstas para o centro e nordeste de Goiás, centro-norte do Mato Grosso do Sul e centro-nordeste e noroeste do Mato Grosso, enquanto as anomalias negativas estão previstas para o centro-norte e oeste do Mato Grosso, para a divisa sul do Mato Grosso com Goiás e no sul e extremo oeste do Mato Grosso do Sul.

Na Região Sudeste as anomalias são previstas entre -50 mm e 50 mm; nos estados de Rio de Janeiro e São Paulo há predomínio de área de anomalia positiva de precipitação, enquanto no estado do Espírito Santo, predomina a previsão de anomalia negativa de precipitação. Sobre Minas Gerais, são previstas anomalias positivas e negativas, com predomínio previsão de chuvas acima da média.

Na Região Sul predomina previsão de normalidade, com áreas fragmentadas de previsão de anomalias positivas entre 10 mm e 50 mm sobre os três estados da Região, e de anomalias negativas entre -50 mm e -10 mm sobre o Rio Grande do Sul e Paraná.

Conclusão

Ao comparar o mapa de temperaturas médias e o mapa de precipitação total prevista, é possível relacionar as temperaturas elevadas do norte das regiões Norte e Nordeste à precipitação pouco intensa prevista para estas áreas.

A faixa de precipitação que está prevista sobre as regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste deve estar relacionada à atuação das Zonas de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que são sistemas que transportam umidade da região amazônica para o sudeste do Brasil e provocam nebulosidade e chuva.

As temperaturas mais amenas na Região Sul provavelmente serão associadas à atuação de frentes frias que, embora não gerem um total de precipitação significativo (menor que o total previsto para as regiões Sudeste e Centro-oeste), são acompanhadas de massas de ar com temperaturas mais baixas.

Ainda na comparação dos mapas, podemos assumir que as temperaturas ligeiramente mais baixas no oeste do Rio Grande do Sul e sul do Mato Grosso do Sul estão associadas ao total de precipitação um pouco mais elevado nas mesmas regiões. Estas características podem estar associadas a sistemas organizados de precipitação sobre o Paraguai, como os Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM).

Sobre as anomalias positivas de precipitação na região com máximos de precipitação acumulada, existe a possibilidade de associação ao início do fenômeno La Niña; porém, por enquanto, não há como confirmar.

Agradeço ao INMET pela disponibilização dos mapas e gráficos utilizados nesta análise.

 

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